Com oficinas de florescimento humano e fomento ao empreendedorismo sustentável em 3 comunidades do Amazonas, Projeto Amazônia Viva ano II tem início. 

Entre 07 e 25 de julho, foi dada a largada o projeto Amazônia Viva ano II, uma iniciativa da Economia de Comunhão para promover a conexão entre economia, fé e justiça climática, a fim de contribuir para o Bem Viver de todas as pessoas da região. Ao lado da edc está o Sistema B, que atua como executor do projeto, com a parceria da Interfaith Rainforest Initiative (IRI) e da Associação Zagaia, e com o apoio da Porticus Foundation.

Em 2023, o pontapé inicial foi dado com oficinas de fomento ao empreendedorismo sustentável  e de florescimento humano direcionadas aos jovens e mulheres amazônidas (como desejam ser chamados). As oficinas foram facilitadas pelos profissionais da AION em 3 comunidades da região: Benjamin Constant, Mães Empreendedoras e Acajatuba.

Cada comunidade viveu 5 dias de oficina, com 3 horas diárias, onde puderam não somente desenvolver novas perspectivas de futuro, como também apresentar um panorama da Amazônia que poucos podem enxergar.

Uma região, múltiplas realidades: Benjamin Constant

Foram dias de viagem pelo ar, terra e água, até que Maria Clézia Pinto de Santana, Gestora do Amazônia Viva ano II, Fábia Cristina Siqueira e Ewerton Santos, facilitadores AION, chegaram até a primeira das três comunidades que participaram do projeto: a Filadélfia, em Benjamin Constant, lar dos povos Tikuna e Kokama. 

Para entender a realidade local, é preciso ter em mente que o município de Benjamin Constant é uma região de fronteira com a Colômbia e o Peru, que apresenta uma circulação de drogas além do comum e uma dificuldade de logística significativa, fazendo com que as comunidades ali existentes fiquem ‘prensadas’ neste território. 

Somada a essa realidade, a população mais jovem enfrenta uma crise de identidade profunda, influenciada por algumas novas igrejas que chegaram e denominaram os costumes indígenas como “demoníacos”.

“Essa dura realidade proporcionou uma geração de jovens depressivos que não encontram perspectivas de futuro. E pela dificuldade de locomoção, são poucas as associações que chegam até lá e podem colaborar para a dignidade dessa população”, relatou Maria Clézia quando chegou no local. 

Segundo a gestora, foram precisos 3 dias de muito trabalho com atividades que alinhavam o lúdico com o diálogo, para criarem um ambiente em que os jovens se sentissem confortáveis para se expressarem. 

Uma atividade importante neste processo foram as oficinas de fotografia da Amazônia Stock. Desenvolvidas junto com a Associação Zagaia, esta iniciativa leva formação básica de fotografia aos amazônidas. 

Depois, com a curadoria da Zagaia, o programa garante que as fotos registradas pelos participantes sejam disponibilizadas para venda no site oficial O valor das vendas é dividido entre o(a) autor(a) e a própria comunidade.  As fotos do banco de imagem da Amazônia Stock estarão disponíveis para compra a partir de setembro. 

Essas oficinas foram para que se desenvolvessem outras formas de comunicação: através das lentes das câmeras.

“Notamos na prática que fizemos duas escolhas assertivas: primeiro a escolha de incluir a comunidade de Benjamin Constant em nosso roteiro, pois pudemos olhar para quem normalmente não é incluído, nem olhado, nem cuidado. E, segundo, o fato de termos feito as oficinas de florescimento humano e da fotografia em paralelo, pois uma ajudava a tocar em pontos sensíveis e íntimos, e a outra era bem prática. A equipe do Amazônia Stock disse que percebeu o impacto dessas oficinas em conjunto através do interesse e do foco que foram apresentando durante as aulas de fotografia”, ressaltou Clézia.

Mães empreendedoras e a realidade ribeirinha

Saindo de Benjamin Constant, a equipe foi para o bairro Ouro Verde, em Manaus, onde estiveram com as Mães Empreendedoras da periferia da capital manauara. “Desaguamos na vida das guerreiras periféricas urbanas e mães empreendedoras de Manaus, todas de alto quilate de ‘Ouro Verde’ “, recordou a gestora. 

Lá, tiveram a oportunidade de desenvolverem a oficina de florescimento humano ao lado de mães que encontraram no empreendedorismo uma porta para alcançarem uma independência financeira e proporcionarem um futuro melhor para suas famílias. 

A última comunidade a ser visitada foi a comunidade ribeirinha de Acajatuba, na região do Baixo Rio Negro. Foi a Pousada Vista do Lago Jungle Lodge que recebeu os jovens ribeirinhos para as oficinas de florescimento humano e fomento ao empreendedorismo sustentável.

“Eles chegaram com uma grande timidez e a cada atividade, sentiam-se mais confortáveis conosco. Ao fim, ficamos surpresos com as respostas profundas que nos deram durante a escuta-ativa para a Política de Proteção edc que fizemos em cada comunidade.”

Projeto Amazônia Viva

O projeto Amazônia Viva foi criado em 2022, direcionado às lideranças de fé, comunitárias e empresariais para estimular reflexões e um novo agir em prol da comunidade local e de uma economia regenerativa. 

Fotos dos participantes do Projeto Amazônia Viva.

Fotos dos participantes do Projeto Amazônia Viva em 2022.

A princípio, haviam duas alavancas: a Produção e Disseminação de conhecimento, e a Sensibilização e Capacitação das lideranças. Em 2023, a novidade é a criação de uma terceira alavanca que pautou as oficinas que aconteceram em julho: o Fomento ao empreendedorismo sustentável, que está alinhado com o propósito edc.

Projeto Amazônia Viva ano I

Próximos passos da Amazônia Viva ano II

As oficinas em julho abriram as portas para as próximas atividades do projeto, desta vez direcionadas ao público-sujeito das lideranças de fé, comunidade e empresariais. 

Na primeira quinzena de outubro vai acontecer um Banzeiro, ciclos de debates e de concertação ampliando o conhecimento e parcerias entre organizações que atuam no território conectando-as com as comunidades de fé para promover processos de desenvolvimento econômico regenerativo mais otimizados.

“O nome foi fruto da convivência com os amazônidas. Banzeiro é quando você está dentro do barco no rio e as ondas estão mais fortes, e o barco balança; isso reflete nossa intenção para que este evento impacte o redor.”

Durante o Banzeiro, as alavancas aplicadas serão de Produção e Disseminação de conhecimento e a Sensibilização e Capacitação das lideranças. Após os Banzeiros, que acontecerão em Manaus, está previsto para acontecer em 2024 o Fórum sócio ambiental e econômico Amazônia Viva, a fim fortalecer o ecossistema entre fé e economia regenerativa, por meio da reflexão e interação entre novas economias, fé e as questões climáticas.

Quer saber mais? Acompanhe as atualizações pelo site e pelas redes sociais edc.

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