O Brasil é o sétimo maior produtor de lixo eletrônico do mundo e o maior da América Latina. Produzimos anualmente cerca de 1,5 mil tonelada e apenas 13% das nossas cidades tem algum tipo de coleta desse tipo de resíduo, de acordo com o último estudo publicado em 2017 pela Global Waste Monitor e com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Diante desses números, é indubitável que o desafio do lixo eletrônico é global. Mas são as experiências locais envolvendo catadores, cooperativas, comunidades e instituições não-governamentais aquelas que parecem obter mais resultado, justamente por seus propósitos sociais.
Foi pensando em transformar todo esse problema em um negócio de impacto que Alessandro Dinelli resolveu dar início à empresa Descarte Correto, que atualmente processa cerca de 200 toneladas de lixo eletrônico por ano em Manaus, no ecossistema da Amazônia brasileira.
“Venho de um trabalho de inclusão digital na Amazônia. Fomos os pioneiros em reaproveitar resíduo eletrônico e logo enxergamos a oportunidade da economia circular”, contou Dinelli.
Com esse pensamento empreendedor, Dinelli logo percebeu que o trabalho com o resíduo eletrônico ultrapassava as fronteiras de um trabalho social e ambiental. Fazer o lixo retornar para a cadeia de produção poderia ser também uma ótima fonte de renda.
Hoje, o lixo eletrônico coletado no galpão da empresa e em outros 15 pontos pela cidade de Manaus têm, de forma simplificada, duas destinações bem inovadoras.
Depois da triagem e pesagem, parte do resíduo que não pode ser mais reaproveitado vai para um processo de manufatura reversa e se transforma novamente em matéria-prima, como plástico e metais, para as indústrias.
“Por sermos um negócio de impacto, ao invés de desmontar tudo, transformamos a outra parte dos resíduos em produtos para inclusão digital em comunidades carentes”, ressalta Dinelli.
Esses “novos” produtos são destinados a outros dois modelos de negócio da Descarte Correto, ambos com propósito social.

Parte dos computadores reaproveitados é vendida a preços mais acessíveis, de R$ 380 a R$ 600 para empresas e instituições. Outra parte é incorporada ao modelo de microfranquias, chamada Interativo, criada por Dinelli para oferecer cursos de inclusão digital em comunidades carentes.
Por meio da Interativo, a Descarte Correto disponibiliza 22 computadores pré-fabricados, um pacote de mais de 60 cursos on-line, metodologia, manutenção e capacitação dos gestores em vendas, administração de negócios e técnica. Em contrapartida, a comunidade atendida cede o espaço e paga uma taxa de licenciamento da franquia, também muito acessível.
Já são 13 microfranquias atuando com esse modelo e mais de 1000 pessoas impactadas pelos cursos de inclusão digital oferecidos à comunidade.
“O desafio é grande, mas sempre digo aos meus colaboradores que o nosso propósito tem que ser maior que o nosso desafio. Queremos fazer com que economia, ambiental e social caminhem juntos. A maior motivação da Descarte Correto é saber que todos os dias temos motivos para transformar a vida das pessoas”, concluiu Dinelli.

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