RELAÇÕES DE TRABALHO. No mês das mulheres, a empreendedora Cátia Maciel conta como os valores da edc guiam sua atuação profissional e como a realidade do Agreste Pernambucano moldou a sua empresa para a transformação social. 

Desde criança, a empreendedora Cátia Maciel vive e respira o comércio do Agreste Pernambucano. Sua cidade, Caruaru, é nacionalmente reconhecida pelas feiras populares. Neta de avós comerciantes tanto do lado materno quanto paterno, Cátia se interessou logo cedo pela área de administração e não demorou muito a abrir um negócio familiar junto com a irmã. A loja durou seis anos, teve filial e equipe de colaboradores.

“Foi então que comecei a sentir a dor do empreendedor”, conta. Com dificuldades para investir no negócio, Cátia buscou outras oportunidades na carreira, ingressando em um processo seletivo do Senac para a área de capacitação. A experiência como empreendedora preparou o sucesso da sua atuação profissional dentro da organização. “Realizamos a organização dos cursos com a abordagem para o empreendedor e sua equipe, entendendo suas necessidades”.

Casou, fez pós-graduação e deu conta de tudo. “Mulher sempre dá conta de tudo, né”, relembra. Aos 30 anos, em uma evolução de carreira entrou na área de docência em Administração e iniciou consultorias para negócios locais, juntamente com colegas consultores. E foi assim que nasceu a Inser Gestão.

O contexto das feiras em Caruaru, explica Cátia, traz uma realidade informal para a região que constitui um verdadeiro desafio. “A informalidade chega ao processo gerencial e as relações humanas ficam muito comprometidas. O turnover é muito grande. Pois as empresas, de uma maneira geral, não atuam com responsabilidade social”, comenta.

Por isso, a InSer Gestão, a partir da visão empreendedora de Cátia, tem uma visão mais humana das relações de trabalho e carrega essa visão para seus cursos de liderança, atendimento, vendas e seleção de pessoas. “Meu propósito é transformar a realidade dos negócios e das relações de trabalho”. Ao formar as pessoas para uma visão mais humana, a empreendedora acredita que isso tem impacto direto no atendimento ao cliente e no alinhamento gerencial.

O trabalho na área e a pesquisa no comércio sobre essa temática renderam a Cátia um livro que se chama: “Cliente: a transformação da cultura do atendimento”. Foi nessa época que realizou o Mestrado em Gestão, Inovação e Consumo pela Universidade Federal de Pernambuco ampliando suas pesquisas para a metodologia de atendimento às empresas. Também nesta época nasceu sua filha, Heloísa, hoje com 2 anos de idade, adicionando um novo e gostoso desafio à sua jornada: a maternidade. 

A empreendedora conta que constantemente provoca seus clientes sobre o que a empresa está retornando para a sociedade e sobre como equilibrar as relações de poder, para que todos saiam ganhando e não somente os empresários. “Quando eles reclamam da violência ou de algo parecido, eu digo: mas o que nós estamos fazendo para mudar? Quando falam mal de um funcionário, digo: mas o que nós como líderes estamos construindo?”, diz.

Essa busca por uma influência positiva junto aos gestores, aos líderes das empresas, para que façam a diferença social com uma cultura de ganha-ganha, com ações de responsabilidade social corporativa e valorização dos colaboradores é um dos valores da edc que a empreendedora carrega em sua profissão. Cátia conheceu a edc ainda na faculdade e, em 2019, esteve no Fórum edc. Atualmente, implementa um projeto piloto de consultoria em uma empresa da Economia de Comunhão, todo voltado ao Guia de Impacto.

Para finalizar nossa entrevista, perguntamos à Cátia o que ela diria para outras mulheres que querem empreender. E ela nos disse:

“As mulheres precisam acreditar nas suas emoções, saber se comunicar, emocionar, conseguir que as suas emoções estejam alinhadas aos seus propósitos. Queria essa voz da emoção das mulheres. No mundo empreendedor, numa visão mais crítica, as mulheres copiam os homens e eles dizem que a emoção é ruim. E emoção não é ruim. A emoção positiva permite ter sentimentos, falar o que sente, o que acontece por dentro, o amor pela profissão, pelas pessoas, pelo produto que se faz e se vende. As mulheres podem fazer esse amor ter mais sentido dentro do negócio”.

Conheça também a história da Myriam Vasques, indígena Tukuna que trabalha por uma economia regenerativa na Amazônia.

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