Após as oficinas do projeto Amazônia Viva ano II entre 07 e 25 de julho em Acajatuba, Benjamin Constant e Manaus, no Amazonas, o início de setembro foi marcado por reencontros virtuais com os jovens indígenas dos dois primeiros municípios.
O foco da programação era o Ciclo de Solidariedade Social, com a metodologia Teoria U-Otto Scharmer – que sugere o olhar para o próprio interior, individualmente – adaptado para a realidade desse grupo de jovens.
Segundo Maria Clézia Pinto, gestora do projeto, à princípio o reencontro não estava programado, mas os retornos das facilitadoras locais sobre o impacto positivo que os próprios parentes percebiam nos jovens, impulsionou um reencontro para que o diálogo começado não se encerrasse com as oficinas de julho.
“Tem pais de outros jovens entrando em contato comigo e estão perguntando se vai ter outro encontro, pois estão interessados em matricular os filhos”, destacou Miryan Vasques, Liderança indígena e articuladora local do projeto Amazônia Viva.
Acajatuba
No município de Acajatuba, o grupo se reuniu no Centro Social da igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no dia 13 de setembro para encontrar virtualmente a equipe do projeto. E apesar da ausência de um projetor que ajudaria na condução do Ciclo, o reencontro aconteceu com entusiasmo, interesse e intensa participação dos presentes.
Dentre as mudanças sentidas após as oficinas de fotografia da Amazônia Stock estão a melhora na concentração, reflexão e expressão – externalizar o que sente. Um deles, inclusive, conseguiu comprar uma câmara própria e percebeu que a foto o ajudou a melhorar, até mesmo, na fala.
“Não sabia me expressar em público e agora observo que também posso ajudar meus colegas”, complementa.
Por fim, a despedida aconteceu com um desafio que eles mesmos acordaram: no final do mês vão marcar um novo encontro, apresentar o trabalho com fotos temáticas feitas por eles e vão contar sobre o impacto que as oficinas de fotografia estão gerando no seu cotidiano.
Benjamin Constant
Já em Benjamin Constant, no dia 15 de setembro, o projeto conseguiu uma sala para o reencontro no Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas, mesmo local onde ocorreram as oficinas.
Entretanto, o retorno positivo da Universidade chegou somente na noite que antecedeu o encontro, mas isso não impediu que o momento acontecesse: toda a articulação para levar os jovens indígenas e avisar a todos e a todas foi feita entre o próprio grupo.
Sob uma temperatura escaldante de 35 graus os 15 participantes chegaram no Campus para o encontro que iria acontecer das 9 às 11h, porém a internet da Universidade parou e a reunião atrasou mais de 1h hora.
“Apesar de todo o imprevisto, o grupo permaneceu à espera e participou sorridente de todo o momento”, narrou a gestora.
Um dos jovens nos contou que o Amazônia Viva foi a primeira vez em que foi convidado a participar de atividades que ajudavam a “colocar para fora coisas que nem sabia que estavam dentro”. Segundo ele, a oficina de florescimento humano foi importante porque começou a o ajudar a conhecer quem ele é enquanto indivíduo.
Outro jovem destacou o impacto social do projeto. “Precisava interagir com as outras pessoas, socializar-me. De lá para cá me sinto mais leve, mais solta”.
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