Diariamente, milhares de corações humanos pulsam com o sincero desejo de construir uma vida digna e equânime para si, suas famílias e para o mundo. No entanto, ao se depararem com a pobreza em todas as suas dimensões, a violência, a destruição do meio ambiente e a indiferença que permeia essas e outras questões, cada pessoa se vê compelida a refletir sobre o sentido da vida, o presente e o futuro da humanidade. Surge então o questionamento: como posso ser um agente de mudança? Qual o meu papel no mundo?
Nesse sentido, apresenta-se a justiça social, que representa uma aspiração fundamental que remonta à antiguidade e se faz presente nas sociedades contemporâneas, buscando equilibrar e corrigir desigualdades sistêmicas. Embora seja um conceito enraizado em códigos legais, doutrinas e filosofias, sua realização prática muitas vezes é desafiadora.
A efetivação da justiça social exige não apenas a promulgação de leis e políticas inclusivas, mas também uma mudança cultural e estrutural profunda. Isso requer o engajamento ativo de instituições, organizações da sociedade civil e indivíduos, adotando medidas concretas para promover a igualdade de oportunidades, o acesso equitativo a recursos e serviços básicos, e o respeito à diversidade e dignidade de todos os membros da sociedade.
Além disso, a educação, a conscientização, a solidariedade e a fraternidade são fundamentais para construir uma base sólida que sustente a justiça social no cotidiano e ao longo do tempo.
Nesse contexto, a busca por uma sociedade com direitos e oportunidades acessíveis para todas as pessoas, torna-se uma meta a ser alcançada. Uma meta que requer uma atitude de ousadia, coragem, criatividade e inteligência coletiva, para não se acomodar com os desafios que encontramos pelo caminho, e transformar o espaço onde cada ser humano é chamado a atuar com os recursos e potencialidades que dispõe.
É com esse impulso que a Economia de Comunhão abre caminhos a partir dos quais permite-se encontrar os instrumentos adequados para compreender que um mundo mais justo, regenerativo e fraterno parte, incialmente, da compreensão interior da minha vocação civil e humana em ser uma agente de transformação no que se refere à causa da erradicação da pobreza e das desigualdades em todas as suas faces.
O Papa Francisco (2016)¹, em um discurso sobre a temática da Cultura do Encontro, convidou cada pessoa a não apenas ver o outro/a, mas a olhar, a deter-se neste outro/a, a aproximar-se, a tocar e dedicar uma gota de vida a cada próximo.
É nessa dinâmica que a justiça social passa de um conceito para uma realidade palpável, pois a pessoa humana é colocada no centro do olhar e, consequentemente, no centro das decisões sociais, políticas e institucionais, tendo como resultado ações praticadas sob uma ótica em que todos e todas são vistos como membros de uma mesma comunidade global.
É nessa intenção de ação que hoje encontro propósito e sentido ao atuar junto a Economia de Comunhão, pois nesse agir pessoal e coletivo posso encontrar e conectar oportunidades e vulnerabilidades que favorecem a plena realização da justiça social.
Por Iranalha Carvalho, Assessoria de Relacionamentos.
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