Seguindo nosso propósito de compartilhar com vocês os relatos e as experiências dos empresários da Economia de Comunhão em tempos de coronavírus, conversamos com Paulo Hoffmeister, CEO da Unitur Agência de Viagens e Turismo.
O setor do turismo é um dos mais afetados, mas em seus 25 anos de existência a Unitur aprendeu que existe um recurso inestimável para superar momentos de crise. Confira o relato de Hoffmeister e saiba qual.
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“A epidemia do coronavírus parecia algo distante, fora da nossa realidade de trabalho, porém, como uma grande onda se aproximou e em poucos dias, foi preciso rever todo o nosso planejamento como empresa.
A Unitur é uma Agência de Viagens especializada em roteiros em grupos pelo Brasil e também pelo exterior, com 25 anos de atividades.
Tínhamos para este primeiro semestre, vários grupos de viagens já confirmados, seja religiosos, mas também pedagógicos e corporativos. Aos poucos as ligações dos nossos passageiros foram aumentando, preocupados com a situação das suas viagens e se de fato seriam realizadas. Foi preciso agir rapidamente para dar respostas e oferecer uma situação mais confortável e segura, com muita transparência.
Aos poucos nossos clientes foram percebendo nossa posição como amparo, que estamos ao lado de cada um deles, para oferecer as melhores soluções para as suas viagens. É um relacionamento de confiança e credibilidade que não se improvisa, é resultado de uma história que nos honra e nos compromete a permanecermos fiéis aos valores propostos pela Economia de Comunhão.
Uma onda de colaboração nasceu entre os funcionários da empresa, dispostos a ajudar os outros colegas que mais se encontravam em necessidade, com mais urgência para responder aos prazos.
Uma primeira iniciativa foi ligar para os passageiros, apenas para saber como estavam, se precisavam de algo. Muitos são idosos e se sentem sós. As ligações continuam e os clientes ficam surpresos por esta atenção. Um contato sem expectativas de vendas, mas somente para compartilharem seu dia-a-dia, seus medos. Ao final, se sentiam mais dispostos e agradeciam por aquela ligação, algumas vezes longas.
Também com os fornecedores foi preciso fazer algo. Nesse sentido, procuramos entrar em contato com aqueles que se encontram numa situação mais complicada, como os guias que acompanham nossos grupos e para os próximos meses ficarão sem trabalho. Alguns ficaram emocionados diante de inesperado ato.
Decidimos ainda permanecer com os pagamentos para a pessoa que faz a limpeza da empresa, mesmo que o serviço não seja realizado neste período de quarentena, já que todos os funcionários estão em home office.
Nestes dias entramos em contato com a agência postal, que diariamente presta serviços para nós de coletas de envelopes e encomendas, apenas para saber se estavam bem. Em seguida houve um encorajamento recíproco de que iríamos superar este momento.
Nossa disposição tem sido de criar uma onda de solidariedade e colaboração com todos aqueles com quem temos contato em nossas atividades, desde a pessoa que diariamente visita nossa empresa para recolher as encomendas postais, a pessoa que faz a limpeza, todos os colaboradores, fornecedores e clientes.
Podemos constatar nestes dias, a importância e o resultado de vivenciarmos a fraternidade em todos os nossos relacionamentos interpessoais. Este é certamente um recurso inestimável para superar momentos de crises.”