Empresa atuante no mercado náutico, marítimo, offshore e onshore, com produção e prospecção de petróleo, a Life Safety diante da pandemia, projetou rapidamente um plano de ação que colocasse a saúde e a integridade de funcionários e fornecedores em primeiro lugar.
A Anpecom entrevistou Diógenes Monteiro, fundador e CEO da empresa e um amigo muito próximo da Economia de Comunhão.
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Diógenes, como a sua empresa foi afetada pela crise do coronavírus?
Financeiramente não tivemos muito impacto devido à grande variedade do nosso mix de produtos e serviços, que nos proporciona uma pequena receita em diferentes segmentos. Os processos ficaram mais lentos e demorados, mas não deixamos de realizar todas as nossas atividades.
Eu acho que a crise que vivemos é uma oportunidade de testar a nossa criatividade, adaptação, companheirismo, flexibilidade e comprometimento, requisitos mínimos presentes nos empreendedores.
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Pode nos contar como colocou em prática a cultura e os valores da empresa nesse momento, em relação ao negócio, aos funcionários ou fornecedores?
A nossa empresa teve que se adaptar ao novo contexto, e rapidamente conseguimos colocar em casa 80% de toda a equipe para trabalhar em home office e apenas eu e alguns colaboradores permanecemos trabalhando todos os dias, com as devidas proteções.
Logo no começo do mês de março, colocamos as pessoas do grupo de risco em quarentena, distribuímos a todos, máscaras, luvas e produtos de higiene, como álcool em gel e clorexidina 0,2%.
Também temos sido solidários aos motoristas das transportadoras que nos visitam durante a semana e distribuímos também para eles produtos de higiene e máscaras, inclusive algumas que adquirimos com outra empresa EdC.
Temos recusado alguns serviços que eventualmente colocariam nossos funcionários em risco de contágio, mesmo que financeiramente signifiquem um bom negócio, porque nossa prioridade é a vida dos nossos colaboradores. Tenho conversado todos os dias, tanto com funcionários do grupo de risco quanto aqueles que estão à frente junto comigo, para saber o que pensam, se estão tendo alguma dificuldade financeira, se têm se alimentado bem, e procuro auxiliar principalmente os mais vulneráveis.
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Você conheceu a Economia de Comunhão há pouco tempo. O que mais gerou identificação com a sua empresa?
A minha empresa é muito jovem no contato com a EdC porque só conheci no ano passado. Porém, fiquei tocado com a experiência de todos os empresários no congresso que participei, os quais confirmaram que eu não estava ficando louco, pois as atitudes que a minha empresa vêm tomando nos últimos anos estão totalmente alinhadas com vários movimentos de empreendedorismo sustentável e também com a EdC.
Nós respeitamos os nossos colaboradores, por meio de um ambiente orgânico, onde todos são essenciais para o funcionamento da nossa organização. Então, como eu poderei excluir uma parte do nosso organismo sem sofrer as consequências? Alguns me perguntam se iremos conseguir sobreviver e eu, confiante, digo que SIM, que temos a responsabilidade de manter todos os empregos, de manter os benefícios sem sacrificar os nossos colaboradores, e iremos seguir adiante, confiantes em Deus para que sejamos instrumentos da providência às pessoas necessitadas que nos pedem recursos, alimentos, proteção e consolo.
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Qual mensagem você deixaria para outros empreendedores diante dessa crise?
As empresas devem possuir um propósito, devemos ter fé, pois colhemos o que plantamos e, se a colheita não é boa, não significa que devemos desistir. Temos que seguir adiante, preparar o solo para novas sementes. Sempre é tempo de mudar as nossas atitudes, como o egoísmo, o consumismo, o orgulho, entre outros defeitos, que nos afastam do Criador.
A porta da minha empresa está sempre aberta para acolher a todos que batem à procura do que seja e dentro do possível, procuro ajudá-los. É o que aconselho aos demais.