Apenas entre fevereiro e maio de 2025, 252 novas famílias já acessaram a sede do projeto.
O Projeto Fraternidade na Unidade existe para oferecer apoio às pessoas em vulnerabilidade social, especialmente as migrantes, refugiadas e apátridas da Venezuela, Haiti, Cuba, mas também migrantes brasileiros de outras regiões.
A rede de voluntariado, em Curitiba, oferece assistência às famílias, com atenção especial àquelas com crianças e gestantes, para ajudar nas demandas urgentes e imediatas, como alimentação, roupas, cobertores, calçados, utensílios de casa e mobiliário, além de encaminhamento para órgãos públicos para emissão de documentação e benefícios assistenciais, bem como para cursos de português e auxiliando na elaboração de curriculum vitae.
Outro braço deste trabalho é a integração social entre famílias, realizada por meio de atividades de recreação para as crianças e trocas de experiências, contribuindo na inclusão social, espiritual e cultural.
“O processo de integração local é desafiador e multifacetado, especialmente devido à adaptação cultural, fragilidade emocional e insegurança social, principalmente com relação às necessidades básicas de alimentação, moradia e emprego”.

O número total de famílias acompanhadas pelo projeto desde o início é difícil de ser contabilizado, mas apenas entre fevereiro e maio deste ano, 252 novas famílias já acessaram a sede do projeto.
A Economia de Comunhão é parceira deste projeto tão importante por meio do Programa de Superação da Vulnerabilidade Econômica – Supera.
Com recursos provenientes da Campanha Comunhão e Ação, apoiamos no pagamento do aluguel da sede, suporte de internet, telefonia, fretes para a distribuição das doações dos móveis e eletrodomésticos e para pagamento de Recursos Humanos. “Sem esta partilha não haveria possibilidade de funcionamento do projeto”, compartilha Vanise.
Vanise conta que a cultura da Economia de Comunhão sempre esteve presente entre a rede.
“O princípio básico da edc é colocar o relacionamento à frente e no centro das atenções, olhando a pessoa integralmente nas suas potencialidades e necessidades. Isso nos ajuda cotidianamente a estabelecer vínculos verdadeiros, próximos e de confiança para ambos os lados, fazendo do diálogo a ferramenta mais potente da relação.”

Histórias de apoios concretos
Vanise nos contou duas histórias que marcaram sua trajetória enquanto voluntária. Certa vez, uma família migrante chegou à sede com uma questão de saúde com o filho. A criança de 4 anos sofria de uma deformidade na perna e precisava de uma assistência médica especializada. A partir daí, a rede de voluntários foi acionada para oferecer o suporte aos inúmeros desafios enfrentados pela mãe para, primeiro, entender o português, e lidar com a ansiedade em relação aos procedimentos médicos que precisariam ser realizados com a criança.
A rede se mobilizou e uma fisioterapeuta voluntária decidiu acompanhar esta mãe, mediando toda a consulta com o ortopedista até o momento do procedimento. Durante todo o processo, ela explicava à mãe a proposta do médico e com isso diminuía a ansiedade da família.
“Essa família, assim como muitas outras, continuam sendo acompanhadas sempre que precisam de esclarecimentos. Foi através de doações que a criança recebeu uma cadeira de rodas, pois o procedimento médico é de longa duração e a criança não conseguiria caminhar enquanto estiver em tratamento”.
Da mesma forma aconteceu com uma avó venezuelana que chegou ao Brasil com a filha e duas netas. Mas, após alguns meses no Brasil, a filha faleceu devido a um câncer agressivo. Agora responsável pelas netas, ela acolheu a função de cuidadora integral das crianças, mesmo com a capacidade limitada de trabalho e de renda. Preocupados com a realidade desta família atingida pela perda, a equipe do Fraternidade na Unidade foi até esta família e descobriu que a mulher sabia costurar. A equipe se mobilizou e conseguiu uma máquina de costura para a avó e bicicletas para as crianças irem à escola.
“Tudo se ajeitou, e, com a ajuda da inserção na comunidade perto de onde vive, consegue se manter e cuidar das crianças.”

Experiências que transformam
Para Vanise, todos somos migrantes e nos tornamos vulneráveis quando somos obrigados a sair de nossa casa em algum momento da vida ou mesmo de nossa terra natal devido a problemas sócio-políticos ou ambientais.
E complementa: “Sempre me pergunto: e se fosse eu nesta situação? Como gostaria de ser tratada? O que gostaria que fizessem a mim? Então, desde a escuta até o convívio, me sinto muito bem, como se estivesse fazendo apenas a minha missão, tudo me move a favor pois me sinto feliz e realizada.”
Acompanhe as atualizações do projeto Fraternidade na Unidade por meio do Instagram: @fraternidadenaunidade.
Tudo isso é possível porque existe uma rede de comunhão que acredita, participa e contribui para que muitas vidas possam ter oportunidades de transformação! Faça parte.