No dia 17 de outubro, celebramos o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza. Esta data é um convite para refletirmos sobre as causas profundas da desigualdade, sobre a multidimensionalidade da pobreza e o que podemos fazer para construir um futuro mais justo.

Na Economia de Comunhão, quando falamos em erradicar a pobreza, não falamos apenas de oferecer ajuda financeira ou garantir acesso a necessidades básicas. Falamos de florescimento humano, de conectar oportunidades e vulnerabilidades e em nos comprometer com uma nova forma de pensar e de fazer negócios, visando transformar os sistemas que perpetuam a desigualdade.

Essas abordagens nos levam a viver por um mundo mais justo, mais fraterno e mais regenerativo.

Mas o que é um mundo mais regenerativo?

Regenerar é um processo natural da Terra que transforma, evolui e mantém a vida. Um bom exemplo está na purificação do ar, na restauração dos solos, na regulação do clima. Todos esses, serviços que a natureza nos presta de forma gratuita e que possibilitam a manutenção dos seus ciclos naturais e as adaptações necessárias para conservar a vida.

Essas são lições valiosas que podemos aprender com a natureza para nossas práticas cotidianas, para os negócios e para o desenvolvimento sustentável do planeta.

Portanto, um mundo mais regenerativo é aquele em que nos espelhamos na natureza para o bem-viver de todas as pessoas, baseando-nos em valores como a colaboração e a abundância (ao invés de escassez e competição) e considerando a Terra como a nossa casa comum. Para alcançar esse objetivo, não há outro caminho senão aquele de pensar que somos todos e todas parte de uma mesma comunidade global e que, por isso, é inaceitável que a erradicação da pobreza não seja uma prioridade.

É importante ressaltar também que um mundo regenerativo vai além da sustentabilidade. Enquanto a sustentabilidade se preocupa em minimizar os danos ao meio ambiente e às sociedades, a regeneração busca restaurar e revitalizar os ecossistemas, as economias e as comunidades. Trata-se de criar sistemas que não só preservem, mas que promovam o florescimento humano e ecológico, garantindo que os recursos sejam renováveis e que os benefícios sejam compartilhados.

A ligação entre regeneração e erradicação da pobreza

A pobreza é um problema multidimensional que está enraizado em sistemas econômicos excludentes e na exploração dos recursos naturais, por isso, a pobreza não consiste apenas em falta de acesos a necessidades básicas, mas na exclusão social, na pobreza política, educacional etc. Um modelo regenerativo, por outro lado, busca reconstruir essas relações para promover uma economia inclusiva, onde o desenvolvimento não ocorra às custas dos mais vulneráveis.

Acreditamos que nossas iniciativas são exemplos sugestivos de como é possível conectar regeneração e erradicação da pobreza.

O projeto “Ancestralidade Negra e Florescimento do Empreendedorismo”, realizado em Beiru/Tancredo Nevez, em Salvador – BA, buscou fortalecer a economia local a partir de ações pensadas em conjunto com uma comunidade quilombola. Ao incentivar a vocação empreendedora como um dos caminhos para diminuir as desigualdades, impulsionamos a criação de negócios que respeitam e valorizam as raízes originárias das comunidades tradicionais.

Realização de Oficina de Florescimento Humano durante projeto Amazônia Viva. Foto: Ribamar Xavier.

Outro exemplo que podemos mencionar é o Projeto Amazônia Viva. Realizado desde 2022 na Amazônia, busca promover uma maior conexão entre economia, espiritualidade e justiça climática a fim de contribuir para o Bem-Viver de todas as pessoas. O projeto realiza oficinas de florescimento humano e empreendedorismo comunitário em comunidades ribeirinhas e indígenas e promove ações para ampliar o conhecimento e as parcerias entre as comunidades. Um desdobramento emocionante desse projeto aconteceu quando o grupo Mães Empreendedoras, de um bairro periférico de Manaus, participante do projeto desde 2022, se deslocou até a comunidade ribeirinha Costa do Arara para compartilhar conhecimentos e saberes sobre empreendedorismo comunitário e pensar em conjunto sobre novas soluções para a geração de renda na comunidade, como por exemplo, a cozinha tradicional.

Por fim, não podemos deixar de falar sobre a atuação das empresas da Economia de Comunhão que colocam em prática uma cultura de comunhão e adotam práticas para contribuir com a erradicação da pobreza. Muitas delas, por exemplo, participam todos os anos da Campanha Comunhão e Ação, que arrecada recursos para manter e gerir os projetos sociais da edc de norte a sul do Brasil.

Que tal aproveitar para contribuir, você também, com a erradicação da pobreza?

Faça uma doação para a campanha Comunhão e Ação.

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